Por que tanta afobação em acusar São Paulo, como se ele estivesse justificando a dominação masculina? Conforme já expusemos, quando ele escreve: “esposas, submetei-vos aos vossos maridos” está querendo dizer: “Esposas, permiti que vossos maridos vos sirvam”. Diante disto pergunto: “Quem está com a pior parte agora?” Sempre entendemos as coisas de modo errado: a esposa não é a dona e nem o marido é um escravo. Poder, controle, domínio – são paradigmas totalmente errados, independentemente de quem for o chefe. O matrimônio cristão convida os esposos a um mútuo serviço, ou, como fala São Paulo, a uma “submissão mútua”. No entanto, de acordo com a diferenciação sexual natural, cada um vive este serviço de maneira diferente e complementar.
Se na Carta aos Efésios se lê que “o esposo é a cabeça da esposa, como Cristo é a cabeça da Igreja”, isto quer dizer que o marido deve ser o primeiro a servir (cf. Lc 22, 25-26). Existe uma “santa ordem” de amar. Quanto à imitação de Cristo e da Igreja, escreve João Paulo II que “o esposo é acima de tudo aquele que ama, e a esposa, aquela que é amada”. Com o Papa podemos, pois, concluir que “a submissão da mulher ao marido, entendida no contexto de toda a passagem ( … ), significa, acima de tudo, ‘a experiência do amor’. Em especial porque esta ‘submissão’ se relaciona com a imagem da submissão da Igreja a Cristo, submissão que certamente consiste em experimentar seu amor” (01.09.1982).
Acaso é isto humilhante para as mulheres? Imagine o que seria o casamento se os maridos tomassem a sério as palavras de São Paulo! Imagine se, no mundo inteiro, os maridos preferissem morrer, antes de violar, o mínimo que fosse, a dignidade de suas esposas! Não é este o exemplo que Cristo nos dá? E não é este tipo de amor que as mulheres estão procurando? Se não é assim, por que então se dá tanta importância aos príncipes encantados da fantasia romântica?
Percebam Deus nos pequenos detalhes.
Graça, Paz e Misericórdia.
Fonte: WEST, C. Teologia do corpo para principiantes: uma introdução básica à revolução sexual por João Paulo II. Madrid: Myrian, 2008.




