Qual o papel dos Santos na Igreja Católica?
What is the role of Saints in the Catholic Church?
Sem Nome Responde
Existe uma resposta breve e fácil para essa pergunta, mas para ela fazer sentido, primeiro precisamos seguir o caminho longo, de compreender o caminho percorrido até a glória dos altares. Por isso, para responder essa pergunta, começaremos de outro lugar, quem são esses que a Santa Mãe Igreja chama de Santos?
Na Igreja Católica, um Santo é alguém que viveu uma vida de virtude heroica e é reconhecido pela Santa Mãe Igreja como merecedor de veneração. Uma pessoa que viveu uma vida de virtude exemplar e que é considerada como um modelo de fé e devoção para os fiéis.
Ser canonizado como Santo é o reconhecimento da entrega de vida que a pessoa realizou por amor a Jesus Cristo. Por isso a canonização é o processo formal pelo qual a Santa Mãe Igreja declara uma pessoa como santa. Esse processo é longo e não há um prazo específico para acontecer, mas podemos resumi-lo em quatro etapas.
A primeira etapa é a designação como “Servo de Deus”. Isso é feito quando a autoridade eclesiástica local (Bispo ou Arcebispo) inicia uma investigação sobre a vida e as virtudes da pessoa falecida. Isso inclui coletar testemunhos, examinar escritos e avaliar o impacto da vida dessa pessoa na comunidade.
A segunda etapa acontece se a investigação inicial revelar que a pessoa viveu uma vida de virtude heroica, ela pode ser declarada “Venerável”. Isso significa que a Igreja Católica reconhece oficialmente suas virtudes heroicas e sua dedicação à fé.
A terceira etapa torna o venerável em “Beato”, para ser beatificado, um milagre comprovado deve ser atribuído à intercessão da pessoa em questão após sua morte. Um milagre é um evento extraordinário que não pode ser explicado pela ciência. Uma comissão médica e uma comissão teológica avaliam o caso para garantir que o milagre seja genuíno e atribuível à intercessão do Venerável.
Na quarta etapa, para ser canonizado como “Santo”, outro milagre é necessário após a beatificação. A canonização confirma que o indivíduo está na presença de Deus e pode ser venerado de forma pública e oficial em toda a Igreja Católica.
É importante ressaltar que o processo de canonização não é uma afirmação da perfeição absoluta do indivíduo, pois, na nossa fé, a perfeição absoluta é a Santíssima Trindade, mas sim um reconhecimento de que a pessoa viveu uma vida de virtude extraordinária e é um exemplo edificante para os fiéis.
Os Santos são parte fundamental da nossa fé, a comunhão dos Santos é artigo de nossa profissão de fé e é essa comunhão com os Santos que nos impulsiona a seguir o caminho de busca da nossa santidade, tendo neles inspiração para buscar a conversão diariamente, pois encontramos nos Santos muitos exemplos e modelos.
Os santos são vistos como modelos de virtude e devoção. Suas vidas são consideradas exemplos inspiradores de como viver uma vida em conformidade com os ensinamentos de Jesus Cristo.
Por estarem na presença de Deus, são nossos intercessores, verdadeiros mediadores entre Deus e nós que ainda caminhamos por essa terra, por isso frequentemente rezamos aos Santos pedindo ajuda, orientação ou proteção em nossas vidas.
Muitos Santos também são designados como padroeiros de causas específicas, grupos de pessoas, cidades, países ou profissões. Por exemplo, São José é padroeiro dos administradores, enquanto Santo Agostinho é o padroeiro dos teólogos.
Cada Santo tem uma festa litúrgica associada, que é um dia específico no ano litúrgico em que os fiéis celebram e honram a vida e os feitos do Santo. Essas festas muitas vezes incluem missas especiais, novenas e devoções dedicadas ao Santo em questão.
As histórias de vida dos santos podem ser fonte de inspiração e encorajamento para nós. Ao ler sobre as dificuldades e desafios que os santos enfrentaram e como perseveraram na fé, nós podemos encontrar força para seguir nas nossas próprias jornadas espirituais.
Os santos representam uma ampla gama de vocações e estados de vida, incluindo monges, freiras, padres, leigos, reis, médicos, artistas, donas de casa, mãe, escravos, ricos e pobres, todo o tipo de pessoa que podemos imaginar. Isso demonstra que a santidade não está restrita a uma determinada vocação, mas é um chamado universal para todos os cristãos, como já proclamou a Santa Mãe Igreja no Concílio Vaticano II.
Os Santos desempenham um papel importante na nossa vida espiritual, fornecendo modelos de virtude, intercedendo em favor dos fiéis e unindo a comunidade em devoção e celebração. Cada Santo tem uma história única e oferece lições valiosas para nós em nossa própria jornada de fé.
Por tudo isso a Santa Mãe Igreja tem uma longa tradição de canonização, e ao longo dos séculos, milhares de Santos foram reconhecidos. Consciente de tudo isso, diante da pergunta, qual o papel dos Santos na Igreja Católica? É possível resumidamente responder, que o papel dos Santos na Igreja Católica é ser sinal do amor misericordioso de Deus por nós. Como nos ensina o Catecismo da Igreja Católica.
“Nós cremos na comunhão de todos os fiéis de Cristo: dos que peregrinam na terra, dos defuntos que estão levando a cabo a sua purificação e dos bem-aventurados do céu: formam todos uma só Igreja; e cremos que, nesta comunhão, o amor misericordioso de Deus e dos seus santos está sempre atento às nossas orações” (524).
Percebam Deus nos pequenos detalhes.
Graça, Paz e Misericórdia.
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