Sem Nome

Nos meandros do tempo remoto, há um relato de generosidade que repousa na história de São Nicolau, também conhecido como Santa Claus ou o célebre “Papai Noel”. Há muito, residia ele nas terras da Ásia Menor, onde hoje se desenha o mapa da Turquia. Órfão em tenra idade, Nicolau herdou vastas riquezas após o falecimento precoce de seus pais, tornando-se um jovem abastado. Sob os cuidados de um tio sacerdote, ele encontrou um lar.

Conta-se que a magnanimidade de São Nicolau se revelou numa história comovente. Um homem aflito, despojado de seus recursos, tinha três filhas em idade núbil. Naquela era, o matrimônio demandava um dote, uma soma monetária que viabilizava o início de uma nova família. Diante da penúria, a família estava à beira da ruína, sem meios para sustentar-se. As filhas, desprovidas de dote, enfrentavam a iminente ameaça de serem vendidas como escravas, privadas do direito a um lar e de escolhas pessoais.

Na véspera em que a primogênita seria desposada, ela lavou suas meias e as dispôs diante da lareira para secarem. Enquanto todos repousavam, pai e filhas, algo inusitado se desenhou. Ao despertar, a filha vislumbrou algo dentro de sua meia: uma bolsinha repleta de ouro! O suficiente para sustento da família e como dote da jovem. Oh, a alegria que transbordou! No dia seguinte, outra bolsa repleta de ouro foi encontrada. Imagine-se! Duas filhas agora podiam ser resgatadas. Que júbilo! Na seguinte noite, o pai planejou manter-se vigilante para descobrir o benfeitor das filhas. Ainda que cochilasse, pôde ouvir um sutil “clique”,indicando a queda de outra bolsa na sala. Levantando-se apressado, alcançou quem dobrava a esquina.

Era Nicolau, o jovem que residia com seu tio sacerdote. “Nicolau, és tu! Obrigado por nos auxiliar, mal sei como agradecer!”, expressou o pai das donzelas. “Por favor, não agradeça a mim, mas agradeça a Deus, pois Ele ouviu suas preces. Não revele minha identidade aos demais”, respondeu Nicolau.

Sua caridade desdobrava-se anonimamente. Sem almejar atenção ou gratidão, ele continuou suas obras. Anos se passaram e Nicolau foi convocado para ser bispo, incumbido de cuidar de seus fiéis como o pastor zela por suas ovelhas. E isso ele fez, providenciando trigo quando a fome assolava.

Ao longo de sua vida, Nicolau ensinou o amor a Deus e o cuidado pelo próximo, estendendo auxílio àqueles em apuros. Após sua morte, seu legado ecoou nas narrativas, contadas por marinheiros em suas viagens. Algumas histórias revelavam seu especial zelo pelas crianças, protegendo-as nos momentos de perigo. Assim, seu exemplo tornou-se um farol a guiar vidas, moldando-o como um santo.

Esta é a história verídica de Santa Claus, ou São Nicolau. Até os dias presentes, ele é reverenciado, especialmente pelas crianças. Conhecer a verdade sobre este santo é vital, evitando que nos limitemos à faceta comercial que, ao longo do tempo, obscureceu sua essência benevolente.

Percebam Deus nos pequenos detalhes.

Graça, Paz e Misericórdia.