Teologia do Corpo - São João Paulo II

CASTIDADE E INTEGRAÇÃO DO AMOR

Written by

·

Ao contrário do que muitos pensam, a castidade não é algo “negativo” ou “repressivo”, ela é supremamente positiva e libertadora. Sim, porque livra o impulso sexual da “atitude utilitarista”, da tendência de usar os outros para a própria gratificação e prazer. A castidade requer “uma aprendizagem do domínio de si, que é um treino da liberdade humana. A alternativa é clara: ou o homem comanda suas paixões e obtém a paz, ou se deixa subjugar por elas e se torna infeliz” (CIC, no 2339). 

O autodomínio não significa apenas resistir com a força de vontade aos desejos desregrados. Este é apenas o lado “negativo” da questão. “Ao desenvolvermos o autocontrole, o experimentaremos também como a habilidade para 

direcionar as reações (sexuais), tanto em seus conteúdos quanto em seu caráter”. Quem é efetivamente casto é capaz de orientar o desejo erótico “para o verdadeiro, o bom e o bonito” – tanto assim que o próprio erótico se torna verdadeiro, bom e bonito”. Na medida em que os esposos experimentam a libertação da luxúria, entram na liberdade da “doação”, que os torna capazes de expressar “a ‘linguagem do corpo’ numa forma tão profunda, simples e bonita como até aqui nunca tinham conhecido”.

É claro que a castidade exige “ascetismo”, entendido como pronta e decidida vontade de resistir aos impulsos da luxúria. Mas sempre é bom lembrar que a castidade autêntica não reprime. Ela entra na morte e ressurreição de Cristo. Na medida em que a luxúria morre, o autêntico amor ressuscita. Como disse o Papa São João Paulo II, “se a castidade conjugal (e a castidade em geral) se manifesta primeiramente como a capacidade de resistir (à luxúria), com o decorrer do tempo, passa a revelar-se gradativamente também como uma capacidade única de perceber, amar e pôr em prática aqueles significados da ‘linguagem do corpo’, que permanecem totalmente desconhecidos para a luxúria em si mesma”. Daqui porque o ascetismo exigido pela castidade não empobrece nem impede as expressões de amor e de afeição do casal. Ao contrário, “torna-os espiritualmente mais íntimos e, consequentemente, mais ricos”.

Percebam Deus nos pequenos detalhes.

Graça, Paz e Misericórdia.

Fonte: WEST, C. Teologia do corpo para principiantes: uma introdução básica à revolução sexual por João Paulo II. Madrid: Myrian, 2008.