Católico pode ser a favor da guerra?
Católico pode ser a favor da guerra?

Católico pode ser a favor da guerra?

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Católico pode ser a favor da guerra?

Can Catholic be pro-war?

Sem Nome Responde

Primeiro é preciso deixar claro que a guerra é a última das opções que um católico deve buscar, o católico não busca o confronto, não fomenta o conflito, buscamos sempre a paz e a resolução das diferenças de maneira pacífica, no entanto quando os meios pacíficos se exaurem e a guerra se torna inevitável, é possível e moralmente lícito para um católico ser a favor da guerra. 

Pe. Boyle nos explica que podemos aplicar a guerra os mesmos fatores determinantes de um ato moral, ou seja, objeto, intenção e circunstância. Sendo os três fatores considerados moralmente bons, o católico pode ser a favor. Caso contrário o ato é mau e deve ser rejeitado. Vamos entender isso melhor. 

O objeto: O objeto deve ser bom, isto é, a guerra deve ter justa causa. As guerras podem ser de dois tipos: defensiva e ofensiva. Uma guerra defensiva tem justa causa se praticada para defender um direito essencial e fundamental que foi injustamente negado; uma guerra ofensiva é justa se for o único meio para preservar um direito essencial e fundamental injustamente negado, desde que todos os outros meios pacíficos e diplomáticos hajam sido exauridos. Além disso, é indispensável que o bem defendido seja proporcional aos males que a guerra causará. Em hipótese alguma o católico pode aceitar o princípio “meu país, esteja ele certo ou errado”.

A intenção: única intenção que pode justificar a guerra é a promoção do bem comum e o objetivo de evitar um mal maior. No nosso mundo, o bem comum abrange não apenas o bem daquela nação específica, mas o bem de todo o mundo, pois nenhuma nação vive isoladamente; a ordem da prosperidade das nações está diretamente conectada com o bem de cada uma delas.

As circunstâncias: A guerra deve ser boa não apenas na sua causa e intenção, mas também nas suas circunstâncias ou métodos. O Papa Pio XII declarou, em Março de 1937, aos Bispos mexicanos: “1) Os métodos usados para vindicar direitos são meios para se atingir um fim e, portanto, constituem um ‘fim relativo, não um fim absoluto em si mesmo. 2) Por serem meios para se buscar um fim, os métodos de vindicar direitos devem ser lícitos e não atos intrinsecamente maus’. Em outras palavras, o fim não justifica os meios. Roubar os ricos para ajudar os pobres não é um princípio moral católico. Nenhuma vantagem, por maior que seja, pode ser adquirida às custas da violação da lei moral. 3) Como os métodos para vindicar direitos devem ser proporcionais ao fim, eles devem ser usados apenas na medida que pareçam atingir aquele fim, no todo ou em parte, e de tal maneira que não tragam dano maior à comunidade que o dano que eles, supostamente, deveriam remediar.

Apenas quando essas três condições de uma causa, moralmente boa, intenções corretas e métodos justificáveis estiverem presentes, pode-se dizer, afirmativamente, que uma guerra está justificada.

Percebam Deus nos pequenos detalhes.

Graça, Paz e Misericórdia.

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