Na sua discussão com os fariseus, Cristo convida os homens e as mulheres da história a refletirem sobre “o começo”, a fim de compreenderem o plano original de Deus acerca do relacionamento sexual. A seguir, com os saduceus, ele acena para uma dimensão inteiramente nova da sexualidade humana e para o nosso chamado à união, ao dizer que “na ressurreição, os homens não terão esposas, nem as mulheres, maridos” (Mt 22,30). Estas palavras constituem a base das reflexões do Papa sobre o destino do homem e da mulher. 

À primeira vista, as palavras de Cristo parecem desmentir tudo o que afirmamos sobre a grandeza do amor matrimonial e do amplexo sexual. Examinadas mais de perto, porém, elas apontam para uma realização gloriosa de tudo o que dissemos. Casamento e união “numa só carne” existem desde o começo, para indicar o “casamento do Cordeiro” (Ap 19,7), a união de Cristo com a Igreja (cf. Ef 5,31-32). Na ressurreição, o “sacramento primordial” dará lugar à realidade divina. Noutras palavras, se Deus estabeleceu a união dos sexos como uma prefiguração do céu, Cristo está dizendo: “Não precisam mais de prefigurações para explicar-lhes o céu, já se encontram nele. Já estão ali. A derradeira união chegou”. 

Muitas vezes o povo pergunta: “Quer dizer que, no céu, não vou estar com minha esposa?” Supondo que ambos disseram “sim” ao convite de Deus para o casamento, é claro que estarão juntos. E todos os que aceitam este convite viverão “juntos” numa comunhão que lhes trará superabundantemente tudo o que é bom, verdadeiro e bonito no casamento e na vida familiar aqui na terra. O que precisamos entender é que a união dos sexos, por bela e maravilhosa que seja, não é tudo o que se pode ser nem o fim de tudo. Ela é apenas um “ícone”, um sinal de algo infinitamente maior. Parafraseando o Santo Padre, o matrimônio não expressa definitivamente o sentido mais profundo da sexualidade; apenas apresenta uma expressão concreta do seu significado na história (cf. 13.01.1982). No fim de tudo, a expressão “histórica” da sexualidade vai ceder lugar a outra inteiramente nova, do nosso chamado à comunhão geradora de vida. 

Percebam Deus nos pequenos detalhes.

Graça, Paz e Misericórdia.

Fonte: WEST, C. Teologia do corpo para principiantes: uma introdução básica à revolução sexual por João Paulo II. Madrid: Myrian, 2008.

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