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Tem uma senhora que conheço já a um certo tempo, nunca fui muito próximo a ela, mas pelo que já tinha ouvido dela e como ela se porta diante das coisas, das pessoas e Deus eu sempre a respeitei. Essa semana em meu exercício espiritual pessoal eu desejei aproximar-me dela, em meio a algumas conversas fui ficando mais a vontade com ela e ela me contou um pouco da sua história.
Muito do quê ela contou eu já tinha ouvido falar, sabem bem como funciona, pessoas conversam e as histórias se espalham, mas dessa vez eu estava mais íntimo a ouvir. Quando ela começou a falar de sua época de adolescente eu já senti vontade de escrever a respeito.
Ainda muito jovem, no início de sua adolescência ela recebeu um convite de um grande amigo, alguém de sua inteira confiança, a final qual adolescente não teve aqueles amigos aos quais confiariam tudo, aqueles que nos fizeram ter certeza que seriam nossos melhores amigos para sempre. Ela também tinha e esse amigo leva a outro, confiando nele aceitou o convite e o resultado disso é que ela engravidou.
Quantas jovens não acabam passando por isso nos dias de hoje também. Mas na época dela era comum as garotas casarem muito cedo, perguntem aos seus avós, eles vão confirmar. E se você pesquisar um pouco na internet vai perceber que nos dias de hoje também. E os pais dela tinham arranjado para ela um casamento, não se surpreenda é mais comum do que você imagina, na Índia, no Paquistão, no Iraque e vários outros. Mas mesmo sabendo que ela estava grávida de outro, aceitou ela, mas por causa dessa gravidez ele nunca a teve sexualmente como esposa.
Junto a ele, ela viveu uma vida humilde, não possuíam muito mais do que o necessário. Tentando uma vida melhor, eles viajaram, mas ela entrou em trabalho de parto e acabou dando a luz na estrada, sem assistência adequada, sem dinheiro para um conforto, não conseguiram nem lugar para ficar, se hoje as manchetes de jornal já alardeiam hospitais e maternidades lotados sem atendimento e sem infraestrutura, imagina na época dela, deve ter sido um sofrimento absurdo. Ela não fez pré natal e nem tinha enxoval, foram se virando do jeito que dava.
Alguns desconhecidos, almas de bom coração ajudaram com o quê tinham, deram a eles algumas coisas que os reconfortaram, ela lembra que na época não foi o valor dos donativos, mas o sentimento de que não estavam sozinhos que os mantiveram firmes diante de todo aquele sofrimento.
Ela contou que conhecia o pai da criança e que o senhor com quem havia casado também e que nunca tentaram esconder do menino isso. O menino sempre soube que aquele era seu pai adotivo, mas disse que ele nunca o desrespeito por isso. Mas o tempo passou e a idade avançada de seu marido o conduziu a morada eterna.
Seu filho, já crescido, não concordava com o modo como as pessoas viviam e muitas vezes questionava a lei e as autoridades. Juntou-se com outros inconformados que também se agitavam pela realidade que se tinha. Ela falava do filho com muito amor, mas não se permitiu ser daquelas mães cegas que depositam as ações dos filhos nas companhias, nos amigos, em tudo e todos exceto nele. Ela foi direta ao dizer, ninguém era uma má influência para ele, pelo contrário, era ele o cabeça de tudo, ele que tinha a palavra de ordem a dizer, era ele quem conduzia os outros.
Ele já estava crescido e a mim, uma senhora não tinha muito a fazer, eu acompanhava e rezava. Não demorou muito e seus confrontos com as autoridades ficaram sérios, ele foi levado preso, um dos seus amigos ajudou as autoridades e os outros fugiram. Ele foi preso e condenado. Um criminoso que agia contra lei e a ordem.
Eu não sou mãe, mas tenho certeza que muitas mães sabem como é ter que assistir seu filho ser levado pelas autoridades. Acredito que nenhuma mãe deseja precisar assistir essa cena. Mas ela sabia de tudo que iria acontecer, ela guardava no coração e rezava.
Pode parecer coisa de outro mundo, porque hoje está fora da realidade de muita gente, mas o filho dela foi considerado culpado e condenado morte. Pena de morte está para muitos de nós apenas no imaginário popular. Mas não é assim, em muitas nações nos dias de hoje, a pena de morte faz parte do sistema jurídico vigente, como nos Estados Unidos da América, no Japão, na Coreia do Sul, na China e no Irã.
Ela assistiu a execução do seu filho com uma dor profunda em seu coração. Toda a vida dela foi em torno daquele filho, desde o momento que ele começou a ser gerado, todas as dificuldades, todos os sofrimentos, todas as privações, tudo que ela viveu foi unicamente por aquele filho.
Eu pessoalmente fiquei pensando nisso, como a vida dela poderia ter sido diferente, poderia ter sido feliz se não tivesse se deixado levar pelo convite daquele amigo. Se ela tivesse dito não, ela não passaria por tudo aquilo.
Por isso eu vos peço, escolham bem os seus amigos, está senhora tinha um grande amigo, ela não o considerava grande pela amizade que tinha com ela, mas pela amizade que ele tinha com Deus. E quando Gabriel a convidou a aceitar o pedido de Deus para ser mãe do Salvador, ela escolheu o melhor amigo de todos para chamar de seu Deus, seu amigo, seu Filho. Mesmo diante de tudo que ela precisou passar, um amigo que nunca abandonou, por isso deixou-nos a certeza, escolhê-Lo por primeiro amigo, Ele nunca os abandonará.
Maria, Virgem e Mãe, obrigado pelo seu sim. Vós que foste sempre fiel até nos menores de seus atos e por isto recebeste em teu ventre Aquele que é maior que tudo. Rogai por nós que recorremos a vós e por aqueles que não recorrem a vós.

Percebam Deus nos pequenos detalhes.
Graça, Paz e Misericórdia.