EXPERIÊNCIAS ORIGINAIS DO SER HUMANO
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João Paulo lança um olhar animador sobre as histórias da criação. Ao invés de analisar abstratamente o plano original de Deus, põe-se a considerar as experiências do corpo e da sexualidade do primeiro homem e da primeira mulher. Embora não tenhamos uma experiência direta do estado de total inocência do primeiro homem e da primeira mulher, o Papa afirma que em cada um de nós existe um “eco” do começo. As experiências humanas originais – diz ele – “estão sempre na raiz de toda experiência humana (…). Encontram-se tão efetivamente entrelaçadas com as coisas ordinárias da vida, que geralmente nos passa despercebido o seu caráter extraordinário” (12.12.1979). 

Temos estas experiências através do “simbolismo da linguagem bíblica” (CIC n. 375). Simbolismo é o meio mais adequado para transmitir verdades espirituais profundas, como procura fazer o Gênesis. Não percamos tempo com a afirmação de que a ciência moderna “rejeitou” as histórias da criação apresentadas pelo Gênesis. As histórias da criação nunca pretenderam apresentar cientificamente a origem do mundo. O conhecimento científico é certamente valioso pelo seu grande avanço, mas é incapaz de explicar o significado espiritual da nossa existência. Dali porque os autores divinamente inspirados da Bíblia usam o simbolismo, com o qual estamos familiarizados. 

Demos uma comparação. Veja que diferença faz para uma mulher quando o oftalmologista olha para os olhos dela, e quando faz isto seu marido ou namorado. O cientista olha sua córnea e registra os fatos científicos, ao passo que o marido ou o namorado olha para a alma dela e proclama algo mais poético e inspirado. É ao menos o que se espera. Perguntamos: acaso o cientista “rejeita” aquele que ama? Não. Trata-se apenas de duas perspectivas da mesma realidade. O autor do Gênesis não foi um cientista, mas um amante inspirado por Deus, para proclamar os mistérios espirituais, a origem do mundo e da humanidade. Precisamos ter isto em mente ao examinar as histórias da criação.

De acordo com João Paulo, três experiências especiais definem o ser humano em seu estado de inocência: solidão, unidade e nudez. Muita tinta poderia ser gasta para destrinçar as profundas reflexões do Papa sobre essas experiências. Limito-me a apresentar aqui um esboço básico. Assim como faço eu, veja também o leitor se consegue perceber um “eco” dessas experiências em seu próprio coração. 

Percebam Deus nos pequenos detalhes.

Graça, Paz e Misericórdia.

Fonte: WEST, C. Teologia do corpo para principiantes: uma introdução básica à revolução sexual por João Paulo II. Madrid: Myrian, 2008.

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