Para um mundo prisioneiro da luxúria, uma vida celibatária permanente pode parecer absurda. A atitude geral a respeito do celibato cristão pode ser resumida assim: “Alô, o casamento é a única chance ‘legítima’ que os cristãos têm para satisfazer sua luxúria. Por que, então, renunciar ao casamento? Ao fazerem isto, vocês estão se condenando a uma vida de desesperada repressão”. Tudo bem, mas não esqueça que satisfação e repressão sexuais estão longe de ser as únicas opções. Existe uma outra forma, desconhecida ao mundo (e tristemente desconhecida a muitos cristãos também). Como dissemos, “Jesus veio restaurar a criação na pureza de sua origem” (CIC n. 2336). 

A diferença entre casamento e celibato jamais deve ser entendida como, por um lado, uma vazão “legítima” da luxúria e, por outro, como a necessidade de ter que reprimi-la. Cristo chama a todos – não importa a vocação particular – para experimentar a libertação da luxúria. É somente a partir desta perspectiva, que as vocações cristãs (celibato e matrimônio) fazem sentido. Ambas – para serem vividas como Cristo deseja brotam da mesma experiência de libertação do desejo sexual. 

Segundo o Papa, a pessoa celibatária deve submeter a “propensão ao pecado de sua natureza (decaída), às forças que jorram do mistério da redenção do corpo ( … ), assim como o fazem os demais homens” (07.04.1982). Tal é a razão por que ele adverte que o chamado ao celibato não é apenas um assunto ou matéria de formação, mas de transformação (cf. 05.05.1982). A pessoa que vive essa transformação não se sente compelida a satisfazer sua luxúria. Vive livre, com a liberdade da doação. Para essa pessoa, sacrificar a união sexual (o ícone) pelo reino (a realidade para a qual o ícone aponta) não só se torna possível, mas também muito atraente. A realidade é infinitamente mais cativante que o ícone! Os que pensam de outra maneira, é porque transformaram o ícone em ídolo. 

Percebam Deus nos pequenos detalhes.

Graça, Paz e Misericórdia.

Fonte: WEST, C. Teologia do corpo para principiantes: uma introdução básica à revolução sexual por João Paulo II. Madrid: Myrian, 2008.

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