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Qual a idade ideal para consentir que nossos filhos namorarem?
What is the ideal age to allow our children to date?
Sem Nome Responde
A resposta direta para essa pergunta é, não existe idade ideal. Mas não se preocupe, não vou abandonar você com essa resposta, vamos pensar um pouco juntos. Vamos dividir a sua pergunta em três elementos centrais, o namoro, o consentimento e a idade.
Primeiro, vamos pensar um pouco no namoro, assim como qualquer decisão na nossa vida, precisamos entender para que algo serve para depois decidirmos se faz sentido em nossa vida ou não. Se uma pessoa não pretende dirigir, não faz sentido tirar a habilitação, se não pretende assistir televisão, não faz sentido assinar TV por assinatura, se não pretende cursar uma faculdade, não faz sentido se inscrever no processo de seleção.
Acredito que já tenha ficado claro o quê desejo ilustrar, a primeira coisa que precisamos compreender é para que se destina o namoro dentro da doutrina católica. Bem, para que não me estenda na resposta, resumidamente, o católico namora porque deseja casar-se. O namoro pode ser uma diversão, pode ser para ter uma companhia, pode ser por não querer ficar sozinho, pode ser que alguém deseje namorar pelos mais variados motivos e aqui não questiono a validade de nenhum deles. Mas é preciso ficar claro que um católico não inicia um namoro se não tem pretensão de contrair matrimônio e juntos trilharem um caminho de santificação.
Sim, existem namoros que não dão certo e não chegam até o matrimônio, o namoro é um tempo de descoberta e aprendizado, onde inclusive ambos podem descobrir que não desejam trilhar o caminho do matrimônio juntos. Mas o que desejo deixar bem claro é que se não a intenção séria de chegar ao matrimônio por parte de ambos, esse namoro não deveria iniciar.
Segundo, o consentimento dos pais para que os filhos iniciem uma relação é importante, atualmente, eu diria que sua importância não está no consentimento em si, mas no acompanhamento dessa relação. O Consentimento não deve ser apenas um “pode ir”, mas um contínuo acompanhamento do novo relacionamento, para que seja possível aconselhar nas escolhas que são feitas, reconfortar nas dificuldades (todo relacionamento tem dificuldades, aceitem isso), estreitar os laços entre as famílias, pois se daquele namoro brotar um matrimônio, suas famílias estarão unidas para sempre.
Por isso o consentimento não deve se fundamentar em uma informação isolada, mas em uma serie de expressões percebidas na convivência, na maturidade do agir, do pensar, do falar. Além, claro, do conhecer da futura nora ou do futuro genro, quem é essa pessoa, como ela é percebida pelos que com ela convivem, estão em momentos semelhantes de vida, no agir, no pensar, no falar e como eles pensam a convivência deles.
Terceiro, pensar a idade como um elemento que decide algo na vida é comum na organização da sociedade, aos 16 anos já se pode votar, aos 18 anos os meninos devem se alistar e assim por diante. Essas são medidas genéricas usadas por governos e semelhantes para organizar grandes populações.
Mas quando falamos da família, não podemos usar essas referências simplesmente. Porque ao fazermos isso, nós acabamos deixando de lado a nossa fé, por exemplo. Seguindo a lógica do namoro católico que apresentei acima, a primeira pergunta que se deve fazer não é se a idade está boa, mas se há real interesse em ter esse sério compromisso com o sacramento do matrimônio no futuro. Mas a sociedade logo responderá, com um conhecido argumento, “nossa, mas são muito jovens para pensar em casamento”, porque essa é a lógica predominante na sociedade, relacionamento sem compromisso, mas a lógica do cristão diante disso é outra, se são muito jovens para pensar em casamento, então também são muito jovens para pensar em namoro.
O mesmo acontece com a ideia de consentimento, se enquanto sociedade consentimos que um jovem vote aos 16 anos, não estamos dizendo que ele tem condições de compreender questões complexas como programa de governo, modelo econômico ou geopolítica internacional, estamos dizendo apenas que ele pode votar, caberia a ele buscar informações a esse respeito para compreender. Assim também é o consentimento para namorar, ele pode até ser dado pelos pais por perceberem que a idade já é propicia, mas não pode parar aí. Pensar a idade como um número mágico que ao ser alcançado já permite “liberar” os filhos para fazerem todas as escolhas sozinhos não é a maneira católica de aconselhar os filhos no namoro.
Por isso, diante da pergunta, qual a idade ideal para consentir que nossos filhos namorem? Respondo que idade é apenas um número, é preciso muito mais do que um número para discernir esse consentimento, é preciso a convivência familiar em um verdadeiro lar cristão.
Percebam Deus nos pequenos detalhes.
Graça, Paz e Misericórdia.
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