No quarto domingo do advento ao acendermos a vela branca, recordamos que a Luz está próxima de vir ao mundo. A Virgem Maria, cheia de graça carrega a Luz do mundo em seu ventre, enquanto São José, seu casto esposo, demonstra uma força indescritível até os dias de hoje, força a qual todos nós devemos cultivar para sermos capazes de ouvir o que Deus nos fala. Você pode pensar que Deus não nos fala mais como falou aos antigos, ou que já ouve Deus sem precisar dessa força, talvez até você acredite que já a tenha e se for esse o caso, gloria a Deus nas alturas. 

Mas antes de falarmos sobre isso, nessa quarta semana do advento, supliquemos a Deus a graça para alcançarmos a pureza necessária para entrar no Reino dos Céus. Permitamos que a força de Deus se manifeste em nós e que sejamos luz no caminho daqueles que encontramos em nossa jornada. Então oremos juntos. 

† Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. 

Pai Nosso que estais nos Céus, 
santificado seja o vosso Nome, 
venha a nós o vosso Reino, 
seja feita a vossa vontade 
assim na terra como no Céu. 
O pão nosso de cada dia nos daí hoje, 
perdoai-nos as nossas ofensas 
assim como nós perdoamos 
a quem nos tem ofendido, 
e não nos deixeis cair em tentação, 
mas livrai-nos do Mal. 

Amém.

Ave Maria, cheia de graça, 
o Senhor é convosco, 
bendita sois vós entre as mulheres 
e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. 
Santa Maria, Mãe de Deus, 
rogai por nós pecadores, 
agora e na hora da nossa morte. 

Amém.

“Assim diz o Senhor: Tu, Belém de Éfrata, pequenina entre os mil povoados de Judá, de ti há de sair aquele que dominará em Israel; sua origem vem de tempos remotos, desde os dias da eternidade. Deus deixará seu povo ao abandono, até ao tempo em que uma mãe der à luz; e o resto de seus irmãos se voltará para os filhos de Israel.” (Mq 5, 1-2).

A quarta semana do advento nos convida, após o rompante de alegria do domingo Gaudete, a retomar o tempo de espera, uma feliz e silenciosa espera pela chegada do Natal do Senhor que se aproxima. Não por acaso, essa semana, buscamos meditar na companhia e condução de São José, o esposo da Virgem Maria, que dentre vários títulos carrega um dos elogios mais honrosos da bíblia, São José o justo (Mt 1, 19). 

Durante o período do advento, buscamos, na primeira semana, a esperança da vinda do Messias, na segunda semana, preparar o caminho para a sua vinda, na terceira semana, a alegria pela chegada do Senhor que se aproxima. Nesta quarta e última semana, a nossa ação será outra, se nas três primeiras ativamente buscamos Aquele que se deixa encontrar, na terceira, precisamos passivamente permitir que Ele fale conosco. 

Assim como José sempre permiti que Deus fale com ele, é necessário que nós permitamos o mesmo. Nesse tempo em que se predomina a disputa constante pela nossa atenção e a necessidade implícita de comunicação, precisamos silenciar.

Então o que podemos fazer? 

Nos textos bíblicos do Advento, se destaca José, como um homem justo e humilde que aceita a missão de ser o pai adotivo de Jesus. Ao ser da descendência de Davi e pai legal de Jesus, José tem um lugar especial na encarnação, permitindo que se cumpra em Jesus o título messiânico de “Filho de Davi”. 

Conhecedor da profecia e do projeto de Deus, José é sempre retratado no evangelho como um homem silencioso, mas esse silêncio que de nós também é requerido de maneira especial nessa semana, não vem por acaso. 

São José não acolhe em silêncio a vontade de Deus por ser uma pessoa que simplesmente não gosta de falar muito. São José faz jus ao dito popular, 

“Cabeça vazia, oficina do diabo”

Mas a justiça que ele faz a esse ditado é mostrando como uma mente ocupada e voltada para Deus não abre espaço para as artimanhas do inimigo. O silêncio de São José vem sempre acompanhado de sua reconhecida dedicação ao trabalho, pelo qual era reconhecido (Mt 13, 55), por seu reconhecido zelo as tradições de seu povo e a lei de Deus (Lc 2, 22) e por sua prontidão em realizar tudo o que o Senhor lhe pedia (Mt 1, 24). 

Assim também nós precisamos, silenciosamente buscar edificar-nos na fé pelo trabalho, evitando as reclamações e os murmúrios, compreendendo o valor do que fazemos e a importância de em tudo que fazermos entregamos a Deus. É nossa obrigação resgatar em nossas vidas as tradições de nossa fé e o respeito aos mandamentos que Deus no deu, não a tradição pela tradição, mas a tradição por aquilo que nela agrada a Deus, não a lei pela lei, mas a lei pela vontade de Deus traduzida nela. 

Para assim podermos agir com a prontidão que Deus espera de nós em tudo aquilo que para nós Ele deseja. Peça a intercessão de São José durante essa semana, e por toda a sua vida, ele que é justo por causa de sua fé, seja para nós modelo de fé e nos ensine a entrar em diálogo e comunhão com Deus.

Que nessa última semana do advento, saibamos silenciar para permitir que Deus fale para nós, em nós e por nós. Para que no silêncio percebamos Deus nos pequenos detalhes dAquele que vem.

São José, rogai por nós.

Graça, Paz e Misericórdia.

† Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

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