Sobre Escolhas
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Sobre Escolhas

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Vocês já se depararam com a necessidade de realizar uma escolha complexa que foi capaz de plantar uma dúvida na sua cabeça? Como agir? Qual escolha tomar? Que vocação discernir? Ou mesmo escolhas mais simples e práticas como qual roupa vestir? A que horas sair? O que comer? Nesses momentos temos a tendência a buscar uma referência anterior, instintivamente pensamos em como outras pessoas a nossa volta escolheram ou escolheriam diante daquela situação, como nossos parentes, amigos, personalidades que respeitamos ou que buscamos imitar, as vezes até personagens fictícios dos quais gostamos tanto que são praticamente reais para nós. 

Comecei a pensar sobre isso quando recebi uma mensagem que dizia “que tal falar sobre escolhas”, devido a minha formação acadêmica eu já li a respeito de variados métodos e técnicas que podem ser adotadas diante de uma situação que requer uma escolha, muitas delas estritamente racionais outras nem tanto. A filosofia, sociologia, psicologia, teologia, economia, física, gestão e tantas outras áreas do conhecimento nos falam sobre escolhas e uma coisa que todas tem em comum é a referência, nossas escolhas estão sempre atreladas a uma referência do que almejamos, seja o que almejamos ter, nos tornar, gerar e etc.

Como grande fã de animações em geral, já vi diversas vezes em cartoons, animes, quadrinhos, tirinhas, mangas e afins essa referência surgindo de uma maneira simples para que as crianças entendam, se vocês já acompanharam conteúdo dessa natureza já se depararam com o Flash se perguntando “o quê o Batman faria?”, com o mestre Shifu se perguntando  “o quê o mestre Oogway faria?”, com a Hinata dizendo “é o quê o Naruto faria”, ou com o bebê Pernalonga perguntando para o bebê Patolino “o quê a Vovó faria?”, são muitos os exemplos que podemos pensar a respeito, extraído dos mais diversos contextos.

Aqueles que convivem mais próximos a mim sabem que possuo um hábito as vezes classificado como irritante (sei que irrito mesmo rsrs leia “Já Incomodou Alguém Hoje?”) de está conversando e questionar certas realidades dizendo que Santo Tomás de Aquino falou diferente, que o papa João XXIII fez o contrário, que o apostolo Paulo mandou fazer outra coisa. Se no século XVI o povo de Deus não tinha acesso facilitado ao conhecimento da igreja, no século XXI nós temos tudo nas nossas mãos, traduzido para a maioria dos idiomas, mas a maior parte do nosso povo vive de meia dúzia de frases soltas e de versículos fora de contexto que justificam determinadas escolhas mais por conveniência do que por conhecimento ou discernimento.

Seria magnífico se todo povo de Deus dedicasse tempo e esforço para conhecer um pouco mais sobre o conhecimento da santa mãe igreja, mas não é necessário ler uma sumula teológica ou os documentos de um concílio para fazer uma boa escolha, basta fazer uma pergunta simples, assim como nas obras de ficção, encontra a referência certa é uma ótima maneira de começar. Acredite, não importa o que você deseje escolher, qual seja a dúvida, qual seja o objetivo, o que você deseje alcançar ou ter pode ser melhorado com a pergunta,

“O quê Jesus faria?”

Com essa pergunta feita de maneira sincera e acolhendo mais Dele do que de nossas preferências pessoais sem dúvida a chance de estarmos fazendo a escolha certa são infinitamente maiores. 

Certa vez um amigo conversava comigo sobre como o seu pároco dizia que um católico tinha que ser sempre sinal de alegria, precisava estar sempre com um sorriso no rosto. Ele por ser uma pessoa muito reservada e quase sempre mais séria não se sentiu muito confortável com aquelas afirmações. Digo para vocês a mesma coisa que conversei com esse amigo, porque é possível que você já tenha ouvido de alguém ou seja você mesmo a dar como justificativa para não ter Jesus como o exemplo a ser seguido nas suas escolhas que Jesus é Deus e você é só humano, que não tem como comparar e etc., nessa hora é importante lembrar o que diz a nossa profissão de fé, dá qual ou você comunga ou você simplesmente não é católico. 

“E encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e Se fez homem.”

Jesus verdadeiramente Deus, também é verdadeiramente homem, nos evangelhos é possível ver Jesus ter fome (Lc 4, 2), Jesus dormir (Mt 8, 24), Jesus ser bom filho (Jo 2, 2), Jesus ficar preocupado (Jo 6, 5), Jesus ficar irritado (Mt 21, 12), Jesus ficar surpreso (Lc 8, 45), Jesus ficar admirado (Mt 8, 10), Jesus ficar triste (Lc 19, 41), a única coisa que Jesus não fez foi experimentar o pecado. Por isso, o católico não precisa sentir-se na obrigação de sorrir sempre, a final o versículo mais curto da bíblia é “e Jesus chorou” (Jo 11, 35), mas com certeza podemos nos perguntar sempre, o quê Jesus faria? Pois Ele nos pediu que O tivéssemos como exemplo (I Pd 1, 16). 

Todos os dias temos muitas escolhas a tomar, a nossa vida é uma jornada repleta dessas escolhas, para as quais não há método ou técnica para chegar a melhor decisão sempre, mas uma coisa é certa quanto mais próximo da escolha de Jesus nós fomos capazes de chegar, mais certas estarão as escolhas que faremos. Não importa qual relevância ou magnitude você atribua a escolha que precisa fazer, desejar escolher como Jesus é permitir que independe da nossa vontade Deus faça a escolha por nós (Lc 22, 42), isso não é só perceber Deus nos pequenos detalhes, é ir além, é permitir que Ele escolha e se faça presente nos mínimos detalhes da nossa vida. 

Graça, Paz e Misericórdia. 

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