Sobre orgulho e doação
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Sobre orgulho e doação

Hoje pela manhã, no último dia do mês de junho, apareceu para mim no Twitter uma Trending que me chamou atenção, era uma trending sobre o junho vermelho, eu já sabia da existência da campanha, o quê despertou-me foi o fato de só ter ouvido falar dela três vezes durante o mês inteiro. A campanha Junho Vermelho foi criada com o objetivo de incentivar a doação de sangue, especialmente por conta da defasagem no estoque de bolsas de sangue e a trending no Twitter tinha a intenção de divulgar mitos e verdades sobre a doação de sangue.

Em contra ponto a isso, todos os dias desse mês, sem exceção fomos bombardeados com campanhas do orgulho LGBTQIA+, ouso colocar no plural, fomos, porque as campanhas foram tão massivas que se você passou o mês inteiro sem se deparar com alguma ação dessa campanha, você é uma pessoa felizarda. 

Caso você seja mais uma pessoa chata, imersa em ideias equivocadas a respeito da fé católica e esteja pensando que eu vou atacar ou defender as escolhas sexuais de quem quer que seja ou qualquer que sejam, deixo bem claro que eu não vou. E antes que alguém entre em contato comigo falando que não é escolha, mas orientação sexual e qualquer outra baboseira do tipo, um esclarecimento muito simples, independente do contorcionismo retorico que você escolha adotar, salvo em caso de estupro, o ato sexual é uma escolha, nós escolhemos praticá-lo e é isso que a Igreja condena como pecado, o ato sexual fora do sagrado matrimônio, se você tem alguns tipo de desordem que faz você desejar realizar atos sexuais fora do casamento mais não os realiza, você realizou a escolha de não cometer o pecado, o nome disso é castidade e para com quem esse desejo foi despertado não faz a menor diferença. 

Esclarecido isso, convido-os a uma pequena reflexão, que tipo de cristão você é? Seria você o tipo de cristão fiel a sua fé e as doutrinas da Igreja ou seria um cristão de mínimo esforço que se deixa levar por qualquer modismo que aparece, apenas para ficar bem com todo mundo? 

Vou utilizar as duas campanhas para ilustrar a diferença, o junho vermelho busca incentivar a doação de sangue, ato que pode salvar vidas e que no geral não prejudica em nada aquele que faz a doação. O mês do Orgulho LGBTQIA+  busca promover o orgulho gay defendendo as pautas homossexuais, promovendo discussões sobre os diretos de quem assim se identifica. 

Com a licença poética do comparativo reducionista, na nossa fé professamos que Jesus sangrou por nós na cruz e Teu sagrado sangue é fonte de salvação para nós. Mas também professamos que o primeiro que pecou, pecou no orgulho de querer ser maior do que Deus. Digo isso dessa maneira, não com a intenção de santificar por completo uma campanha e demonizar a outra, mas para que o ponto que defendo fique claro. Um cristão que se prese e compreenda a fé que recebemos dos apóstolos, não deve ver problema em tratar uma pessoa com igualdade independente de quais desejos sexuais essa pessoa desperte em si mesma, mas não deve propagar formas de orgulho de nenhum tipo. 

O erro não está em desejar que as pessoas tenham os mesmos direitos independente de suas preferencias, pois isso é parte generosa da doutrina cristã e se você pesquisar a respeito, vai perceber que muitas sociedades começaram a se estruturar em torno dessa ideia depois da introdução do cristianismo. Mas da mesma forma que o movimento do orgulho hetero (sim isso existe) é equivocado, se existisse (espero que não exista) um movimento do orgulho dos doadores de sangue seria igualmente errado, pois o orgulho é o caminho da ruína.

Como eu brinco com as pessoas próximas a mim “Satanás é ardiloso”, ele usa da nossa boa, porém fraca e pouco instruída fé para nos iludir e nos colocar no caminho da perdição, assim como muitas vezes do nosso desejo de agradar ao mundo antes de agradar a Deus para nos colocar em posição que agradam aos olhos dos homens, mas nos afastam do coração de Deus. 

Por isso, vigiai e orai sempre, para não cairdes em tentação, a final, vivemos nesse mundo, muito embora não pertençamos a ele, mas enquanto estivermos por aqui, precisamos escolher nossas batalhas diárias e em um mês em que a Santa Mãe Igreja celebra a memória de grandes santos como Santo Antônio, São João Batista, São Pedro e São Paulo, celebra grandes festas como a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, o Imaculado Coração de Maria e o Castíssimo Coração de São José. Arriscaria chamar de tolo o católico que perdeu tempo divulgando orgulho quando a liturgia da Igreja nesse mês repleto de exemplos especiais nos convidou a todo momento a humildade. 

Mas se você fez algo assim, não seja tolo, afaste-se um pouco dos modismos do mundo, busque o sagrado sacramento da confissão, se reconcilie com Deus, faça um compromisso de não mais pecar e para fazer algo verdadeiramente cristão, reze pela conversão das almas, pelas que se inflamam de orgulho para que encontrem o valor da humildade e pelas que estão enfermas para que não percam a fé. Como ato concreto, ao si deparar com alguém que sofre preconceito, lhe estenda a mão católica, aquela mão de acolhida e compreensão de quem ama o pecador, mas despreza o pecado, como Cristo nos ensinou. E vá doar sangue, você estará efetivamente contribuindo para salvar uma vida. 

Percebam Deus nos pequenos detalhes.

Graça, Paz e Misericórdia.

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