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Existe na minha mesa um livro do código de direito canônico, junto a ele está a minha bíblia esses dois faziam um trio com o catecismo da Igreja Católica, desde quando me lembro esse trio me acompanhava e me ajudava a não realizar muitas tolices, quando me tornei catequista pela primeira vez, era esse trio que falava pela minha boca enquanto eu fazia o possível para manter o meu “eu” calado.
Mas em um determinado momento da minha vida eu doei o catecismo, pois estava deixando a pastoral de catequese e não tinha previsão de retornar, pensei que poderia ajudar aos que ficariam no meu lugar, mas a Bíblia e código de direito canônico ficaram comigo, mesmo sem ter o livro propriamente dito é evidente que continuo a consultar o catecismo, mas por não está em uma atividade direta de catequese a consulta passou a ser menos frequente.
Curioso é que embora eu saiba que meu velho livro do código de direito canônico não esteja mais atualizado em sua plenitude, ele ainda me serve muito bem em quase tudo, enquanto a Palavra de Deus, essa é claro permanecesse inalterada. Logo no catecismo da Igreja também não há novidades, pelo menos não deveria haver, contudo assim como os tempos de hoje nos produziram vários “jesus” vários “novos deuses” que vão se moldando à vontade e aos desejos do povo, parece que o sagrado Magistério, a sagrada Tradição e a sagrada Escritura também mudaram.
A força que vem lutando contra a verdade não vem dos pagãos ou daqueles aculturados a uma fé modernista que anseiam mais pela popularidade e aprovação das massas do que de Deus, a força que vem buscando impor mudanças tem um único nome, maus padres e a eles nosso Senhor já deixou um alerta.
“Quem provocar a queda de um só destes pequenos que creem em mim, melhor seria que lhe amarrassem ao pescoço uma pedra de moinho e o lançassem no fundo do mar.”
(Mt 18, 6)
Digo isso não porque desejo o mau a quem quer que seja o padre, eles mais do que eu sabem bem o que estão fazendo, muito mais por prudência mundana do que por amor a Deus. Escrevo aqui para você leigo como eu, que sente falta de um bom padre, de um padre que seja homem de oração, desejo de santidade para si e para o povo que o Senhor lhe confiou.
Quando falo de maus padres não me refiro aos homens que a mídia gosta de pautar e generalizar, querendo associar a todos os padres aos abusadores, pedófilos e corruptos, me refiro a um tipo de padre mau muito mais perigoso porque passa despercebido muitas vezes. O padre que não exorta a paróquia a vida de adoração ao Santíssimo Sacramento, que não estimula a vida de oração, que não alerta para os perigos do pecado e não convida constantemente os fieis para se arrepender e receber o sacramento da confissão, que não convoca para comungar respeitosamente Cristo Eucarístico.
O mau padre, aquele padre que está sempre com o perdão do Senhor em sua boca, mas raramente tem uma palavra de correção e de aconselhamento. Sim, Deus é amor, Deus é misericórdia, mas Deus também é justiça e retidão, quem ama cuida, corrige e faz crescer na fé, os evangelhos que nos mostram um Jesus que a todos perdoou é o mesmo que condicionava “vá e não peques mais”.
Se você convive hoje com um mau padre, não o falte com respeito, não se sinta superior, ele foi chamado por Deus para viver o sacerdócio e nós leigos fomos chamados pelo mesmo Deus para uma vida de santidade que pode iniciar ajudando nossos padres em sua vida de serviço a Deus. O sagrado Magistério, a sagrada Tradição e a sagrada Escritura continuam e sempre continuarão as mesmas, busquemos conhecê-las para nos entregar a Cristo, evitando essa força silenciosa dentro da Igreja que são os maus padres, mas não para destruí-los e sim para como filhos de Deus ajudá-los no caminho de conversão.
Devemos ter sempre em mente que não é a Igreja que deve se adaptar a nós, somos nós que devemos nos permitir moldarmos pela Igreja. Pois não podemos mudar a verdade de Deus precisamos aceitá-la, pois a verdade está em todos nós.
Percebam Deus nas pequenas coisas.
Graça, Paz e Misericórdia.