Mesmo vivendo nesta liberdade, diz João Paulo II, a nossa “é ainda uma caminhada incerta e titubeante, enquanto estivermos nesta terra. Mesmo assim, torna-se possível pela graça, que nos faz participar da gloriosa liberdade dos filhos de Deus (cf. Rm 8,21)” (VS, n. 18). Não somos justificados pela lei, ninguém consegue isto. Somos, isto sim, “justificados gratuitamente pela graça, em virtude da redenção no Cristo Jesus” (Rm 3,24). 

Mas que é a graça? O Papa descreve-a como um dom misterioso de Deus ao coração humano, que habilita homens e mulheres a viverem em mútua e sincera doação de si mesmos (cf. 30.01.1980). No princípio eles estavam cheios de graça. No momento, porém, em que duvidaram do amor de Deus e “renegaram o dom”, separaram-se da graça. Sendo esta separação a fonte do problema, qual é o primeiro passo para sua solução? A fé. Se o pecado original foi a nossa negação do dom de Deus, a fé, em sua essência mais profunda, é a abertura do coração humano para o dom: para a autocomunicação de Deus no Espírito Santo (DV n. 51).

Quando, no Sermão da Montanha, observa o Papa, Cristo nos chama a dominar a luxúria, suas palavras afirmam que a graça original da criação se tornou para cada um de nós graça da redenção (cf. 29.10.1980). O Filho do Homem assumiu a carne e morreu na cruz, a fim de que junto morresse também a nossa humanidade pecadora. Ressurgiu da morte para “recriar” nossa humanidade. Subiu corporalmente para dentro da Trindade, a fim de, uma vez mais, “inspirar” em nossos corpos a vida e o amor de Deus. Pelo dom da nossa redenção, Cristo insufla em nossa carne o mesmo espírito (graça) que “expirou” de nossos corpos quando renegamos o dom (cf. Jo 20,22). 

Percebam Deus nos pequenos detalhes.

Graça, Paz e Misericórdia.

Fonte: WEST, C. Teologia do corpo para principiantes: uma introdução básica à revolução sexual por João Paulo II. Madrid: Myrian, 2008.

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