Sobre viver a verdade

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Logo após terminar de rezar o terço na hora da misericórdia eu a abrir o Instagram para responder algumas pessoas e como acontece com quase todo mundo que utiliza rede social, entrei para responder alguém e desperdicei quase uma hora da minha vida no aplicativo. 

Entre os mais variados assuntos que encontramos por lá, um texto chamou a minha atenção porque fazia várias afirmações hora equivocadas, hora distorcidas sobre o cristianismo em geral e sobre a história da Santa Mãe Igreja, as afirmações do texto e os comentários dos que concordavam com elas me incomodaram por associar o cristianismo a violência doméstica, ao preconceito contra pessoas LGBT, a intolerância religiosa, a guerras sem sentido e outras coisas mais. 

Eu tinha a intenção de reproduzir aqui o texto e comentar ponto a ponto suas afirmações, mas percebi pelos comentários que seria na melhor das hipóteses uma perda de tempo ou um instrumento de palco essas ideias nefastas. Aqueles que acreditam em tais afirmações, não acreditam porque depois de um longo caminho de pesquisa e estudo aprofundado encontraram a verdade, tão pouco estão interessados nela, acreditam porque escolheram acreditar. 

Igualmente a nós, que escolhemos acreditar nas palavras de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo como caminho de salvação e assim professamos nossa fé, eles escolheram acreditar que o cristianismo é a causa de todos os males que os afligem, essa é a fé deles. 

Embora, como bom católico, não é plausível e sincero negar que durante os dois mil anos de história da Santa Mãe Igreja, a imperfeição dos homens fez com que ela fosse instrumentalizada e muitos erros fossem propagados, erros esses que se fielmente documentados dariam uma boa enciclopédia. Cabe também ponderar que se os acertos da Santa Mãe Igreja nesse mesmo período fossem todos documentados de maneira desleixada, seriam necessárias muitas bibliotecas para organizar tudo. 

O melhor que posso fazer e humildemente recomendo que vocês também o façam diante dessas situações é cultivar e nutrir a fé, a esperança e a caridade em vocês e nos seus. Não percam tempo debatendo com pessoas que não desejam conhecer a verdade, não se deixem enganar por afirmações entusiasmadas e convenientemente encaixadas as desordens do nosso tempo. 

Quando você ouve falar de alguém, você passa a saber algo dele, mas se você conviver com esse alguém, você realmente o conhecerá. Busque conhecer mais da Santa Mãe Igreja, pela própria Igreja, porque perfis revoltados em redes sociais só querem mais revolta, sites de notícias sensacionalistas afirmaram qualquer coisa por um click e pessoas que se identificam como “ex-católicas”, bem, o fato de ser “ex” já diz tudo. 

Estude mais a história dos santos, conheça e faça parte das obras caritativas da Igreja, leia os documentos da Igreja e as cartas papais, busque viver a vida segundo o Evangelho e seja você mesmo a Boa Nova na vida de outras pessoas, seus pais, filhos, avos, irmãos, netos, tios, vizinhos, colegas de escola e/ou de trabalho. Faça isso sem precisar confrontá-los ou incomodá-los da mesma maneira que desejam fazer conosco. Seja a Boa Nova, vivendo o Evangelho, deixe que a sua paz os convide a verdade, permita que o seu agir e o seu parar, o seu falar e o seu calar, o seu ser de Cristo anuncie para eles a verdade e aqueles que desejarem conhecê-la virão até você, porque sentirão exalar de você o odor de santidade, esse cheiro peculiar que identifica aqueles que passam pela porta estreita. 

E quando sentir aquele impulso destemperado de ferozmente entrar numa discussão como essa, respire fundo, repense se faz sentido fazê-lo e na dúvida peça a intercessão de São José, o grandioso patriarca da Igreja vai lhe dar as palavras certas para defendê-la se assim for para você fazer. Mas não se surpreenda se nada você disser, a final, você já imaginou quantos absurdos São José não ouviu e discerniu que era melhor defender o Menino Jesus e a Santíssima Virgem Maria com o silêncio?  Sendo assim, deixo aqui a minha estratégia de combate para esses momentos resumida em uma única frase que costumo repetir com certa frequência.

Diante do modismo dos delírios retóricos usados para justificar certezas incertas, faço minhas as palavras de São José.

Percebam Deus nos pequenos detalhes.

Graça, Paz e Misericórdia.