
O mundo silencia por um instante. Um murmúrio de saudade atravessa os corações: a Santa Sé anunciou oficialmente o falecimento do Papa Francisco. Em uníssono, dioceses, veículos de comunicação e fiéis espalhados pelo mundo partilharam a notícia, rendendo homenagens àquele que conduziu a Igreja com ternura, coragem e um olhar voltado aos que mais sofrem.
Francisco foi, ao mesmo tempo, ponte e provocação. Suas palavras nem sempre uniram, mas sempre moveram. Por vezes, geraram divisões entre os fiéis, e despertaram intensos debates no mundo secular. Muitos tentaram desenhar sua própria versão do Papa, escolhendo a dedo discursos e gestos, moldando imagens pessoais do pontífice.
Mas não me proponho a apresentar “o verdadeiro Francisco”. Meu convite é outro: que você descubra por si mesmo quem ele foi. Que mergulhe em suas palavras e escute, com o coração aberto, suas esperanças para a Igreja de Cristo. Que se permita ser tocado pelo que ele mesmo escreveu — sem filtros, sem atalhos. A seguir, compartilho algumas obras fundamentais que nos ajudam a conhecer esse pastor do nosso tempo.
Você sabe o que é uma encíclica? Encíclicas são cartas que, como brisa mansa, sopram orientação sobre os fiéis e os bispos do mundo, abordando temas que tocam a doutrina, a justiça, a vida. Quatro delas, escritas por Francisco, são especialmente luminosas.
Lumen Fidei (2013) – A luz da fé. Uma obra nascida do coração de Bento XVI e concluída por Francisco, que nos convida a ver a fé como farol que ilumina a travessia da existência. Ela nos fala da verdade, da história da salvação, e da fé como força que sustenta comunidades e transforma vidas.
Laudato Si’ (2015) – Um canto à criação. Inspirado por São Francisco de Assis, o Papa ergue um clamor pela ecologia integral, unindo meio ambiente, justiça social e espiritualidade. É um chamado à conversão ecológica, a um cuidado delicado com a Casa Comum e com os irmãos mais vulneráveis.
Fratelli Tutti (2020) – Sobre a fraternidade e a amizade social. Um apelo à solidariedade em tempos de muros e indiferença. Francisco nos exorta a romper divisões, cultivar o diálogo, enxergar no outro — migrante, pobre, abandonado — um irmão, uma irmã.
Dilexit Nos (2024) – “Ele nos amou”. Uma meditação profunda sobre o Coração de Jesus, onde habita a ternura divina. O Papa nos convida a contemplar esse coração aberto, fonte inesgotável de misericórdia, e a deixar que ele transforme o nosso.
Além das encíclicas, Francisco nos presenteou com Exortações Apostólicas, textos que orientam, consolam, desafiam. Quatro delas merecem ser revisitadas com calma e alma.
Evangelii Gaudium (2013) – A alegria do Evangelho. Um sopro de vida para a Igreja, que precisa sair ao encontro, ir às periferias, abandonar o comodismo e se deixar renovar pela alegria missionária.
Amoris Laetitia (2016) – A alegria do amor. Uma delicada reflexão sobre o matrimônio e a vida familiar, que reconhece desafios, acolhe fragilidades e propõe a ternura como caminho de discernimento e cuidado pastoral.
Gaudete et Exsultate (2018) – Alegrai-vos e exultai. Um convite à santidade real, do dia a dia, sem tronos ou holofotes. Santidade no silêncio, na paciência, na bondade com os outros. Uma santidade possível a todos nós.
Christus Vivit (2019) – Cristo vive. Endereçada aos jovens, essa exortação pulsa esperança. Francisco os convida a sonhar alto, a confiar que a juventude é tempo de vocação, de ousadia e protagonismo.
Em sua missão como pastor, Francisco também escreveu Cartas Apostólicas e Motu Proprio, documentos que versam sobre temas específicos da vida e organização da Igreja. Destaco quatro desses textos, preciosos para compreender a profundidade de sua visão.
Desiderio Desideravi (2022) – Sobre o mistério da liturgia. Um chamado a redescobrir a beleza e a força espiritual dos ritos, com um coração formado não só na técnica, mas na contemplação.
Ad Theologiam Promovendam (2023) – Um novo fôlego para a teologia. Francisco propõe uma teologia viva, dialogal, enraizada no povo e aberta aos desafios do tempo presente.
La vera bellezza (2024) – A verdadeira beleza. Um louvor à arte sacra como expressão de fé e caminho para o Mistério. Um tributo ao patrimônio espiritual que atravessa os séculos e fala ao coração.
Fratello Sole (2024) – Irmão Sol. Novamente inspirado por São Francisco, este documento reafirma a urgência da conversão ecológica, propondo a fraternidade como resposta às crises ambientais e sociais do mundo.
Tudo que o Santo Padre o Papa Francisco escreveu oficialmente em seu papado, está disponível no site do Vaticano, pode e deve ser acessado por todos nós, se você não conheceu a fundo os ensinamentos do Papa Francisco durante seu pontificado, você pode fazer isso agora, você pode fazer isso sempre, não apenas do Papa Francisco, mas de todos os sucessores de Pedro, a um click de distância. Conheça a Santa Mãe Igreja, conhece a sua fé, click aqui.
Papa Francisco, pela Graça de Deus, nos reencontraremos na eternidade.
Perceba Deus nos pequenos detalhes.
Graça, Paz e Misericórdia.




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