Durante as últimas semanas existem dois tipos fundamentais de pessoas no mundo, as que ouviram e leram muito sobre guerra e as que estão na guerra, como eu estou no primeiro grupo, duas postagens chamaram a minha atenção por abordar o tema de maneira distinta. 

“A guerra é um lugar onde jovens, que não se conhecem e não se odeiam, se matam, por decisões de velhos que se conhecem e se odeiam, mas não se matam.”

(Erich Hartman)

A frase atribuída a Erich Hartaman um piloto de caça alemão que combateu na Segunda Guerra Mundial, se a frase é mesmo dele e qual foi o contexto em que ela foi dita, eu não sei. Mas contrastou com uma outra frase que vi dias depois. 

“O verdadeiro soldado não luta porque odeia o que está à frente dele, mas sim porque ama o que está atrás dele”

(G. K. Chesterton)

As ideias do renomado escritor G. K. Chesterton apresentaram uma outra perspectiva a respeito que a um bom católico deve ser mais plausível, já que, embora Erich Hartaman tenha seu fundo de lógica e verdade, ele está mais voltado a olhar porque os estados entram em guerra, enquanto G. K. Chesterton fala voltado ao indivíduo e ato de guerrear. 

É facilmente observável como o ódio uni as pessoas, parece contraditório, mas é algo fácil de observar na sociedade em que vivemos, a cada bandeira levantada em nome de alguma nacionalidade, de alguma maneira de viver sua intimidade, de algum comportamento ou cultura e até mesmo de alguma  religião professada. A intenção pode até ser unir pessoas que amam coisas em comum, mas o que invariavelmente se mostra é que eles se unem pelo ódio que demonstram a seu inimigo professado. 

Se você faz parte ou defende algum grupo assim, você pode até não perceber, mas uma observação simples permite que você identifique se o ódio em comum é o que mantem o grupo unido. Como exemplo, pense em um grupo que se propõe a defender os negros da violência policial, as ações desse grupo precisam ser ações que combatam a violência policial contra os negros, ações esperadas de um grupo assim são, campanhas de conscientização junto as forças policiais, o financiamento coletivo de advogados para defender os injustamente presos, orientação de como a população deve agir diante da violência policial, a visitação e acompanhamento das vítimas e de suas famílias, ações como essas que muitos grupos realizam visam melhora a vida das pessoas e combater o problema. 

Mas e se um grupo que se identifica com o mesmo objetivo se concentrar em colocar todos os negros sempre na posição de vítima, toda a força policial sempre na posição de agressor e no lugar de promover o diálogo e a construção de uma sociedade melhor, fomenta o ódio e o desrespeito as forças policiais, colocando-as como o inimigo a ser combatido, qual resultado teremos? Com certeza o resultado será mais violência. 

Esse breve exercício de reflexão precisa ser continuamente feito por cada um de nós, meu objetivo é defender o quê amo? Estou buscando resolver um problema? Ou eu tenho apenas um inimigo, alguém ou algo que odeio e desejo eliminar? 

Até mesmo dentro da Igreja, o que estamos fazendo? Fazemos porque amamos o próximo? Fazemos por que amamos a Deus? Ou só estamos nos unindo por um sentimento de pertença e superioridade? Lembremo-nos das palavras de Jesus, 

“Ide pelo mundo e anuncia a boa nova”

(Mc 16, 15). 

Precisamos anunciar o bem, unirmo-nos pelo amor e não buscarmos um inimigo em comum que nos mantenha unido pelo ódio. Pois se lutar for preciso, façamos isso por amor. Como sempre dizemos na Santa Missa, o Senhor está conosco porque o Amor de Cristo nos uniu. 

Percebam Deus nos pequenos detalhes.

Graça, Paz e Misericórdia.

Foto: oliberal.com

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