Uma pesquisa recente entre padres colocava esta pergunta: “Deve o celibato ser uma livre escolha, ou deve continuar sendo imposto pela Igreja?” Contrariamente a uma opinião generalizada, a Igreja não força ninguém a ser celibatário. As palavras de Cristo (há eunucos que a si mesmos se fizeram assim) “mostram claramente a importância da escolha pessoal” dessa vocação (10.03.1982). Forçar alguém a ser celibatário seria o mesmo que coagir alguém a casar-se contra a própria vontade. 

Na Igreja Latina (catolicismo romano), tendemos a esquecer que o celibato masculino é em si mesmo uma vocação, independentemente do sacerdócio. Quanto às Igrejas Católica e Ortodoxa do Leste, além de um sacerdócio casado, possuem também uma vibrante fraternidade celibatária de não ordenados. Como sinaliza o Catecismo, “os ministros da Igreja latina normalmente são escolhidos entre os homens fiéis que vivem em celibato e pretendem mantê-lo” (cf. CIC n. 1579), o que implica, portanto, que a opção pelo celibato deve vir primeiro. Se um católico romano optou por uma vocação celibatária, em sua vida de celibatário, poderá também perceber um chamado ao sacerdócio. Os padres que acreditam que o celibato lhes foi imposto parecem não entender estas importantes distinções. 

Em consequência, muitos hoje estão clamando pelo fim do celibato sacerdotal. Alguns chegam até a responsabilizá-lo pelos problemas sexuais e abusos de alguns membros do clero. Como escrevi em meu livro Boas Novas Sobre o Sexo e o Matrimônio, “o celibato não causa desordens sexuais. O pecado sim! O casamento, por si só, não cura a desordem sexual. Mas Cristo sim! Se um padre, ou qualquer outro indivíduo com fortes desordens sexuais, se casasse, estaria condenando sua esposa a ser um mero objeto, um brinquedo para satisfazer sua desordem. A única maneira de eliminar o escândalo do pecado sexual, seja ele cometido por quem for, é experimentar a redenção em Cristo da sua sexualidade” (p. 163). 

O autêntico cristão celibatário testemunha dramaticamente essa redenção. É verdade que, como uma disciplina da Igreja Latina (não como uma doutrina), a exigência do celibato para a ordenação sacerdotal poderia mudar. No entanto, quando nos dermos conta de que o celibato nos orienta para o sentido último do sexo, reconheceremos que o nosso mundo, hoje mais do que nunca, precisa do testemunho do celibato cristão. 

Percebam Deus nos pequenos detalhes.

Graça, Paz e Misericórdia.

Fonte: WEST, C. Teologia do corpo para principiantes: uma introdução básica à revolução sexual por João Paulo II. Madrid: Myrian, 2008.

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