No dia primeiro de novembro a Santa Mãe Igreja celebra a Solenidade de Todos os Santos, uma festa milenar em honra a memória daqueles que nessa vida realizaram o exemplar esforço de amor a Cristo e a sua Igreja e que agora da morada eterna intercedem por nós.
Oficialmente a solenidade de Todos os Santos foi instituída no século IX, durante o papado do Papa Gregório IV, em 835 d.C., o Papa Gregório IV emitiu uma bula papal que estabeleceu o dia 1º de novembro como a data oficial da festa de Todos os Santos.
Por esse motivo algumas pessoas argumentam que a devoção aos Santos é algo inventado pela Igreja Católica, por ter passado a fazer parte do calendário oficial da Igreja oito séculos depois da Ascensão do Senhor, porém isso é um esquivo, pois há registros da devoção aos Santos desde a Igreja Primitiva representada nas catacumbas dos primeiros cristões e documentada pelos sucessores dos apóstolos.
Assim como testemunhada e ensinada por grandes Santos dos primeiros séculos como Santo Agostinho de Hipona (354-430 d.C.) que escreveu, ainda no século III, sobre a importância de honrar os santos e mártires em suas obras, enfatizando a comunhão dos santos e a intercessão deles perante Deus. São João Crisóstomo (c. 349-407 d.C.), arcebispo de Constantinopla, também no século III, enfatizou a intercessão dos santos e a importância de imitar seus exemplos de vida e São Gregório Magno (c. 540-604 d.C.), Papa Gregório I, no século V, que destacou a importância de honrar os mártires e santos como modelos de vida cristã.
Os exemplos são abundantes na história da Igreja, exemplos esses que os incentivo a conhecer e com eles aprender ainda mais a seguir no caminho de santidade e busca da vida eterna por amor a Cristo Jesus.
Porém, nesse Dia de Todos os Santos, gostaria de convidá-los a um caminho menos explorado, porém mais abundante na Igreja, o caminho da santidade silenciosa e desconhecida. Esse convite tem como ponto de partida a própria festa de Todos os Santos, que foi originalmente concebida para homenagear todos os Santos e Mártires da Igreja, conhecidos e desconhecidos, que não tinham um dia específico dedicado a eles.
Acredito que você tenha seu Santo (ou Santos) de devoção e isso é maravilhoso, amigos no céu que intercedem por nós e como seus exemplos luminosos nos guiam a chegar à presença de Deus. Mas hoje, vamos pensar sobre os Santos sem nome, (o trocadilho não é acidental), Santos abundantes que a Santa Mãe Igreja fecunda e faz germinar todos os dias e por Graça Divina passam despercebidos por nós em nosso dia a dia.
Aquele padre que na solidão da celebração da Santa Missa diária e na oração da Liturgia da Horas intercede sem cessar pela conversão das almas que Deus os confiou. Aquela mãe que no silêncio de seu quatro derrama suas lágrimas de oração por sua família. Aquele jovem que escolhe engolir o orgulho e se submete a obediência dos pais e a autoridade de seu sacerdote. Aquele homem que santifica seu trabalho, mesmo sem dele gostar, porque de suas ações espera a salvação daqueles que dele depende. Aquela senhora que fielmente reza seu Santo Rosário dedicando em sua oração as mais variadas intenções que tantos a pendem para orar. Aqueles que sofrem o escarnio, a descriminação, os maus tratos e até a morte por abertamente professarem a sua fé.
Essa abundante santidade que está a nossa volta todos os dias, uma santidade silenciosa, sem um nome que as identifique, mas que como parte do Corpo de Cristo que é a Santa Mãe Igreja, já produziu ao longo de mais de dois mil anos muitos Santos que hoje intercedem por nós diante de Deus.
Talvez você conviva com pessoas assim e nem perceba, talvez você já tenha convivido com alguém assim e que hoje não está mais ao seu lado porque já foi convidado a estar ao lado de Deus, talvez você seja uma pessoa assim, buscando silenciosamente essa santidade diária, se nesse breve passeio você se identificou ou identificou alguém, saiba que agora você entendeu o que é um sem nome.
Seja o Santo que você deseja encontrar na Igreja.
Todos os Santos de Deus, rogai por nós.
Percebam Deus nos pequenos detalhes.
Graça, Paz e Misericórdia.
Sem Nome 