A ética sexual da Igreja só faz sentido quando vista através desta objetiva. Seu ensinamento não se resume a uma pudica lista de proibições, mas é um chamado a abraçar nossa própria “grandeza”, nossa própria dignidade recebida de Deus. É um chamado a viver o amor para o qual fomos criados, o amor que ardentemente desejamos. 

São João Paulo II chega a descrever o corpo e a união sexual como uma “profecia”. Profeta é alguém que fala por Deus, que proclama o seu mistério. Uma vez mais, porém – adverte ele -, devemos distinguir cuidadosamente os verdadeiros dos falsos profetas (cf. 26.01.1983). Se podemos dizer a verdade com nossos corpos, com ele podemos também mentir. 

Todos sabemos que é possível mentir com o corpo. Imagine um vendedor de automóveis usados que intencionalmente lhe vende um bastante estragado e ainda tem a coragem de apertar a sua mão. Não acabou ele de mentir com seu corpo? E que dizer do beijo de Judas? Não foi uma deslavada mentira? E quem acha você que nos leva a mentir com nossos corpos? Poderia ser ( … ) Satanás!? Sabemos que o “pai da mentira” faz quanto pode para levar-nos a falar a sua linguagem com nossos corpos. Por quê? Para nos afastar do “grande mistério” da união de Cristo com a Igreja – isto é, para nos privar da vida eterna. 

Por último, todas as perguntas sobre a moral sexual se reduzem a uma, bem simples: Será que este meu procedimento retrata o amor livre, total, fiel e frutuoso de Deus? Se a resposta for negativa, temos um amor falso que nunca será capaz de nos satisfazer. Em termos práticos, pode ser sadio um casamento em que marido e mulher são habitualmente infiéis às suas promessas matrimoniais? Em contrapartida, não seria muito mais sadio um casamento em que marido e mulher vivessem na fidelidade ao seu juramento, expressando de maneira cada vez mais intensa a sua mútua doação? É exatamente isto que está em jogo no ensino da Igreja sobre a moralidade sexual. 

Percebam Deus nos pequenos detalhes.

Graça, Paz e Misericórdia.

Fonte: WEST, C. Teologia do corpo para principiantes: uma introdução básica à revolução sexual por João Paulo II. Madrid: Myrian, 2008.

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