Mesmo que até aqui sua curiosidade sobre sexo tenha sido alimentada com mentiras, não se desespere. O nosso Deus é rico em misericórdia. Por que teria sido Cristo Jesus tão compassivo com os pecadores sexuais, em especial com as mulheres? Porque, atrás de suas decepções, ele sabia que estavam a sua procura, o verdadeiro Esposo. 

Pense na mulher flagrada em adultério (cf. Jo 8,2-11). Ela saíra em busca de amor, de intimidade e união com outro, mas uma vez mais comprovou que o amor falso não conseguiu satisfazê-la. Cheia de vergonha, viu-se jogada diante de Cristo por uma turba furiosa, disposta a apedrejá-la. E qual foi a resposta de Cristo? “Aquele de vocês que não tem pecado pode atirar-lhe a primeira pedra”. De acordo com suas próprias palavras, Cristo – o sem pecado – poderia lançar-lhe a primeira pedra, mas não o fez, pois não veio para condenar e sim para salvar (cf. Jo 3,17). 

E “Jesus – escreve São João – ficou sozinho, com a mulher diante de si” (Jo 8,9). Lendo um pouco nas entrelinhas, podemos supor que, naquele encontro com o Esposo Divino, ela teve uma virada interior do falso para o verdadeiro. Ou pensaria você que, ao ouvir Jesus lhe dizer: “Vai e não peques mais” (Jo 8,11), teria se voltado resmungando: “Quem é este cara para me dizer o que posso ou não posso fazer com meu corpo?” Ou, ao contrário, tendo encontrado o amor que realmente procurava, saiu transformada, renovada no mais profundo de seu ser como mulher? É isto que Jesus quer oferecer a cada um de nós! 

Quais foram as mentiras que lhe impingiram, as falsidades que engoliu, pensando serem verdades? Também aqui precisamos ficar atentos, porque, atrás de tudo, encontra-se o seu anseio por um amor autêntico. O pecado sexual é uma busca de satisfação de uma sede que nenhuma “água tônica” consegue saciar. É justamente aqui que Jesus se encontra conosco, sem jamais nos condenar. Foi exatamente num encontro com outra pecadora que ele falou: “Se conhecesses o dom de Deus (…) tu mesma lhe pedirias água e ele te daria uma água viva” (Jo 4,10). O pecado fecha para o dom, enquanto a fé abre para o receber e com ele satisfazer-se. 

Não tenha medo! Jogue bem abertamente a sua sexualidade diante de Cristo. Ele jamais nos despojará de nossa humanidade. Ao contrário, no-la revelará plenamente. “Pela revelação do mistério do Pai e do seu amor, Cristo manifesta o homem a si mesmo totalmente e lhe revela claramente sua vocação suprema” (GS n. 22). Qual seria essa “vocação suprema”? A teologia responde: a nossa vocação suprema é participar da comunhão dos santos, a qual, por sua vez, participa da comunhão com Cristo na Comunhão da Trindade. Sua verdadeira tradução seria: o nosso chamado supremo é êxtase eterno; incomparável arrebatamento; abundante e belíssima felicidade. 

Concede-nos, Senhor, a fé. Ajuda-nos a crer nesse dom glorioso. Amém.

Percebam Deus nos pequenos detalhes.

Graça, Paz e Misericórdia.

Fonte: WEST, C. Teologia do corpo para principiantes: uma introdução básica à revolução sexual por João Paulo II. Madrid: Myrian, 2008.

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