Em tempos em que palavras como “homem” e “mulher” mexe com os sentimentos dos mais sensíveis, onde não existe uma linha clara entre assédio e histeria exagerada, onde facilmente se confunde empoderamento com desrespeito e respeito com submissão, assistimos uma boa parte do mundo declarar pesares pela morte do Duque de Edimburgo, o príncipe Philip, mais conhecido como marido da rainha Elizabeth II, do Reino Unido. 

Não sou um grande conhecedor da família real inglesa, tão pouco acompanho com afinco os movimentos que ocorrem no Palácio de Buckingham, mas a morte do Duque de Edimburgo capturou a minha atenção, porque entre os mais variados post, memes, noticiários e fins que insistiam em alardear que ele morreu aos 99 anos e que faria 100 anos em junho, eu ficava com uma informação que enchia-me de pensamentos, eles fariam 74 anos de casados. 

O tempo de casados que a rainha Elizabeth II e o Duque de Edimburgo tiveram é o equivalente a quase 2,5 vezes a minha idade, segundo o IBGE a expectativa média de vida do brasileiro é de 76,6 anos, podemos sim dizer livremente que eles tiveram uma vida juntos. 

Com esse matrimonio duradouro em mente, continuei lendo os fatos e notícias a respeito do Duque, sua trajetória na força área, por exemplo, que ele abriu mão para estar ao lado de sua esposa quando ela assumiu o trono.

“Estando casado com a rainha me parecia que deveria servi-la da melhor maneira possível”.

príncipe Philip, DUQUE DE EDIMBURGO.

Dentre os protocolos da casa real dois deles podem facilmente nos ensinar muita coisa, ele enquanto marido da rainha deveria caminhar sempre um passo atrás dela em sinal de respeito e em eventos e reuniões ele não poderia cumprimentar ninguém antes dela. 

Apesar disso, muitos veículos de imprensa, amigos e parentes o descreviam como o verdadeiro chefe da família e afirmavam que nos bastidores a rainha não permitia que algo fosse realizado no Palácio de Buckingham sem antes ter passado pela apreciação de seu marido. 

O maior exemplo de casal que um católico dispõe é Maria e José, Maria Santíssima que encontrou graça diante de Deus (Lc 1, 30) uma honraria indescritível gerar Jesus O Cristo, José o justo que era descendente direto da casa real de Davi (Lc 1, 27). Quando nos debruçamos sobre o evangelho, observamos que não há uma fala sequer de José, um homem silencioso, discreto, obediente, que em tudo protegia Maria e o Menino Jesus. Sua única prioridade pela qual atravessou desertos, migrou entre cidades e não se absteve das humilhações que as condições de sua época lhe infligiram para tentar oferecer a Maria o melhor possível.

Maria por sua vez, diante da missão sublime de ser Mãe do Salvador nunca agiu com soberba para com seu marido, exemplo de mãe e de esposa, não há um só relato no evangelho que mostre Maria fazendo algo que não estivesse de comum acordo com o seu marido. E no final claro, ambos estavam em comunhão entre si, porque nunca abandonaram em primeiro lugar a comunhão com Deus.

Não é curioso que em nossos tempos adversos, um casal como a rainha Elizabeth II e o Duque de Edimburgo demonstrem em sua história de vida terem buscado dentro de suas realidades imitar a Sagrada Família? Não, não é. 

O quê é realmente curioso é que poucos parem para olhar a história deles dessa maneira, talvez seja difícil para os ânimos exaltados e o desejosos descontrolados por mudança perceberem que um dos casais mais relevantes do mundo ocidental viveu sob a moral cristã anglicana, seguindo a tradicional regia da coroa inglesa e o que isso tudo é na verdade espelhado no exemplo da Sagrada Família. 

Aqueles que registam um pouco mais em acreditar nisso, podem recorrer a recursos pouco honestos como questionar se eles eram felizes ou se viviam um casamento de aparências, sobre isso eu poderia lembrar que o matrimonio não é sobre ser feliz o tempo todo, você precisa ser muito infantil para pensar assim, prefiro ficar com as palavras do Beato Carlos da Áustria ao escrever a sua esposa a Imperatriz Zita, para voz explicar sobre o quê realmente é um matrimonio,

“Agora temos de ajudar-nos um ao outro a ir para o céu”.

Beato Carlos da Áustria

Para isso, cada casal tem uma receita, acredito que a muito tempo a rainha Elizabeth II e o Duque de Edimburgo encontraram a deles, como relatou o próprio Duque.

“A principal lição que aprendemos é que a tolerância é um ingrediente essencial de qualquer casamento feliz” … “a tolerância já é importante quando as coisas vão bem, mas é absolutamente vital quando as coisas ficam difíceis: pode acreditar em mim que a rainha tem a qualidade da tolerância em abundância”.

príncipe Philip, DUQUE DE EDIMBURGO.

Percebam Deus nos pequenos detalhes.

Graça, Paz e Misericórdia.

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