Ao chegar no terceiro domingo do advento, vivemos uma semana de alegria comedida, sentimos que estamos mais perto da chegada do Natal e o Salvador entre nós nos fará celebra a plenitude da alegria.

Tratando-se de uma semana conduzida pelo domingo da alegria, na terça-feira eu fui com algumas amigas ao circo, sorrimos um pouco, ficamos admirados com alguns números, aplaudimos bastantes e claro, ao término do espetáculo, saímos para comer.

No caminho conversamos sobre o espetáculo, conversarmos sobre o quão bonito e organizado foi e no meio dessa conversa eu afirmei,

“Estava muito mais organizado do que a missa na paróquia”.

Em meio a reações, reflexões e comentários, todos concordamos que sim, de fato era verdade. Mas pensando um pouco mais sobre isso, por diversas paróquias por onde passei, quase todos sofrem desse mau.

Enquanto no circo, o espetáculo iniciou fielmente no horário marcado, cada responsável desempenhava suas atividades com precisão, o segurança, o mágico, o malabarista, o fotógrafo, o vendedor de pipoca, etc., cada um em sua função passava a tranquilidade de que tudo estava saindo conforme o esperado.

Talvez nem tudo fosse as mil maravilhas, mas o que deu errado eles fizeram o possível para que não percebêssemos e não perdêssemos a magia do espetáculo. E a grande questão é, era só entretenimento.

Por quantas vezes vamos viver a missa e não encontramos tamanha dedicação? Se chegamos um pouco mais cedo, coisa que todos deveríamos fazer, não temos um ambiente propício a oração, já que a todo momento ouvimos “ei! Som, um, dois, teste, som”, enquanto pessoas caminham de um lado para o outro arrumando o presbítero, marcando leituras, acendendo velas, e tantas outras coisas.

Por quantas vezes nos deparamos com situações que nos tiram a atenção durante a missa, com objetos litúrgicos ausentes do presbitério que precisam serem buscado às pressas, com leitores que são escolhidos a esmo e não conhecem o texto que está lendo à assembleia, com músicas que são entoadas sem a prévia reflexão para a liturgia do dia, com suas letras catadas na internet de improviso e acompanhas pelo celular.

São tantas coisas que acontecem durante as celebrações das missas e muitas delas são naturais acontecer, mas deveriam ser a exceção e em muitas de nossas paróquias se tornaram a regra. Mas o que nos falta? O espetáculo circense é uma arte milenar, que emprega muita gente, mas ainda é entretenimento, a missa é muito mais do que isso, a salvação das nossas almas depende da Santa Missa e mesmo assim não damos a ela o devido zelo.

Muito falamos sobre a preparação para o Natal do Senhor, mas se vivemos o tempo do advento a esperar na alegria, devemos também zelar para que essa alegria seja demonstrada, não apenas com luzes, enfeites, fogos, barulhos e aplausos. Devemos ser zelosos com as coisas de Deus, permitirmos dedicar a Ele um verdadeiro culto de espera, nos preenchendo da felicidade de estar em Tua casa, de servi-Lo e de permitir ser um instrumento consumido pelo Teu amor.

Se você já serve em sua paróquia, pense sobre isso e busque servir com ainda mais amor, pois quem ama se dedica aos mínimos detalhes. Se você ainda não o faz, aproveite o momento para buscar seu pároco e se permitir servir, na beleza do servir, você compreenderá o verdadeiro sentido do advento e sem perceber compreenderá que,

“O zelo pela Tua casa me consumirá”

(Jo 2, 17).

Percebam Deus nos pequenos detalhes.

Graça, Paz e Misericórdia.

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