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Se tratando de guerras oficiais tenho conhecimento de pelo menos cinco que estão acontecendo ao redor do mundo atualmente, se pensarmos os conflitos civis esse número aumenta bastante. Mas a guerra entre a Ucrânia e a Rússia por uma série de motivos históricos, políticos, geográficos e econômicos captura a atenção de uma boa parte do mundo.
Esse conflito ganhou mais um capítulo de atenção, após a Santa Sé confirmar que em 25 de março de 2022, o Papa consagrará a Rússia e a Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, os motivos já conversamos na semana passada quando falamos sobre os erros da Rússia.
Quero deixar claro aqui que não seguirei o caminho da heresia de questionar as ações do Papa Francisco e de nenhum de seus antecessores, não tenho condição moral e intelectual para isso e mesmo que tivesse, não seria aqui que eu o faria. Mas desejo propor aqui uma simples e breve reflexão.
Estamos vivendo uma quaresma atípica, repleta de clamores por paz entre os povos, o que é um anseio e um pedido mais que legítimo vindo de um bom católico diante de qualquer que seja o conflito. E com o anúncio da consagração que o Papa realizará, esses pedidos se intensificam.
Mas cabe-nos lembrar de algumas coisas, consagração é um ato ou efeito de consagrar, de tornar sagrado, é o ato de dedicar a Deus, é a ação de dedicar-se a Deus. Assim, diante da eminente renovação da consagração da Rússia e da Ucrânia vale lembra-nos o que nos foi dito na Quarta-feira de Cinzas,
“Convertei- vos e crede no Evangelho”
(Mc 1, 15)
Neste tempo favorável em que a Igreja nos convida a conversão, cada um de nós precisa refletir sobre o que precisa abandonar para viver uma vida crível de fiel, verdadeiramente crente no evangelho de Cristo. Neste sentido, saindo da grandiosa ação do Papa Francisco que recebe de Deus e da Igreja a autoridade para consagrar nações, o quê podemos nós fazermos, onde está nossa ação de consagração diária?
A nossa consagração diária a Deus e a Virgem Santíssima também precisa acontecer, na fidelidade a Deus, no respeito aos seus mandamentos, no amor ao próximo, na partilha da fé, desde o primeiro minuto do nosso dia quando acordamos, até o último quando vamos dormir. O nosso esforço de conversão precisa se manter firme, constante e diário.
Por isso, precisamos sim, rezar por paz, mas a paz que vem de Deus, brota no coração dos homens de boa vontade. E homens de boa vontade não brotam de más ações, de interesses escusos e do desrespeito a fé. Aproveitemos para nos comprometermos com Deus e com os outros, sempre que pedir por paz, acrescente um pedido pela sua própria conversão e ofereça uma ação a Deus, uma ação que ajude na conversão do próximo.
Consagra-se a Virgem Maria é buscar viver como ela viveu, inteiramente entregue nos braços de Deus e esse é o tempo favorável, para intensificarmos a nossas práticas de devoção, buscar a conversão e vivermos verdadeiramente confiantes na palavra de nosso Senhor.
Busquemos a conversão, no caminho da conversão ajudaremos a cultivar a paz que procuramos e encontraremos no final da jornada a paz definitiva na Glória de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Percebam Deus nos pequenos detalhes.
Graça, Paz e Misericórdia.